sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Uma injecção de mim!
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Regresso às aulas!
aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa:
"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no
elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética
clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.
Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu
ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa.
Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez
mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do
objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva, ele todo proxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisto a porta abriu-se repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história.
Os dois olharam-se e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício. Que loucura, meu Deus. Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao
seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas. Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."
(autor desconhecido)
Tirar as teias de aranha!
Em primeiro lugar agradecer os óscares. Agradeço ao meus produtores e ao nosso governo em geral por me dar tantas felicidades que fazem de mim uma pessoa absolutamente preenchida - de modo que só tenho um blog porque é moda e não porque precise de uma second life para me esquecer um bocadinho da outra. Eu até podia andar por aí a viajar pelo mundo, mas isto é muito mais giro!
Anyway, devaneios à parte, quero mesmo é agradecer os prémios dos amigos.
Ao Eskisito e à Azul por me incluírem nos seus links e consequentemente me terem atribuído este certificado:
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Momento Batista-Bastos

Bom, ó Batista-cocas, posso dizer-te que as primeiras notícias me passaram totalmente ao lado! Tinha passado o verão a espremer os neurónios para fazer o meu trabalho final de curso. Tive de tirar férias à força - a minha mãe e o meu namorado "obrigaram-me" a ir de férias sem terminar "aquele" capítulo, porque perceberam que eu desatar a chorar baba e ranho assim que ligava o pc não era lá muito bom sinal...
De mod's que... no dia 11 tinha eu marcada a reunião com o orientador de projecto para lhe mostrar o que tinha feito nos últimos meses - incluindo os estragos permanentes aos meus neurónios e à minha sanidade mental.
Lembro-me de andar numa correria pela casa, a imprimir documentos, à procura das notas da última reunião, da pasta, dos livros, do cérebro, quando o meu namorado me chamou " Hiiii, anda cá ver esta cena nas notícias!" e eu fui e fiquei cerca de ... 15 segundos a olhar para a primeira torre em chamas. "Tchiii, é por estas e por outras que eu tenho medo de andar de avião! Já viste, caem em cada sítio..." e depois fiquei verdadeiramente chocada...porque estava quase na hora da minha reunião e eu ainda nem tinha tomado banho!!!
Lá fui então com a tralha toda e o banho tomado ter com o orientador. Esperei cerca de 45 minutos "Que raio, se calhar esqueceu-se!" quando ele finalmente aparece a pedir desculpa. É que tinha ficado preso ao écran a ver os desenvolvimentos da cena do WTC. "Ah, pois, o acidente de avião... eu também vi qualquer coisa..."
"Acidente?! Ó rapariga, caíram mais dois aviões, um na outra torre e outro no Pentágono... aquilo não foi nenhum acidente!"
"Aaaahhh...pois não. Olhe e em relação ao meu projecto, o que acha deste capítulo que eu alterei assim e..."
Conclusão. Naquele dia, à hora dos acontecimentos, eu estava loooonge de imaginar a dimensão do sucedido. Para mim, um atentado era eu ter de ficar mais um ano a pagar propinas só para entregar a porra do trabalho. Só quando cheguei a casa uma hora mais tarde é que veio o assombro Again, and again, and again...
Ainda hoje me choca a dimensão da coisa, o pânico, o ver as torres assim, a desaparecer terra adentro...
Mas naquela altura eu estava noutra. Era caso para dizer...nem que o mundo acabasse, eu TINHA que entregar o trabalho!
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Um dia, uma gota faz transbordar o copo
A confirmar-se o pior cenário, os pais da menina que todos procuram por todo o mundo há quatro meses são pessoas horríveis, para as quais mais importante do que terem perdido uma filha que diziam amar, é manter uma "boa imagem" - se é que isso ainda é possível - e um bom nível de vida!
E fazem-no à custa da solidariedade que conseguiram despertar por todo o mundo.
Se esta for a verdade, estas pessoas têm andado a brincar com TODA a gente - com a imprensa, com a polícia, com a opinião pública e até com o Papa! Pior, eles terão usado toda esta gente como instrumentos para conseguirem atingir um qualquer objectivo misterioso, numa história inacreditavelmente macabra!
Se se apurar que, de facto, estes pais estão envolvidos no desaparecimento da filha, apesar de todo o teatro e manipulação que têm levado a cabo, então merecem que a justiça lhes seja pesada. Mas é aqui que tenho as minhas dúvidas e temo que este seja mais um daqueles casos revoltantes em que vemos os culpados a escapar impunes pelos seus actos.
Continuo a dizer "se se confirmar..." porque me custa demasiado acreditar nessa hipótese.
Ponto positivo de toda esta história: a atenção que tem chamado para outros casos de crianças desaparecidas há anos e que nunca tiveram este tipo de mobilização. À custa disto foi hoje criada a Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas que irá disponibilizar apoio jurídico e psicológico aos familiares desesperados. Força para todos eles que buscam apenas os filhos e sabem que a sua vida tem um valor incalculável, superior à fama, à mediatização, à mobilização de fundos de particulares bem-intencionados e comovidos para causas duvidosas...