sexta-feira, 20 de julho de 2007

Presos por não ter cão...

Desde sempre que me lembro de contactar e gostar dos animais e principalmente de gostar de os ver bem, em liberdade e felizes. Lembro-me de durante muitos anos ter tido periquitos, gerações e gerações de periquitos. E lembro-me de não gostar de os ver na gaiola e vá de soltar a passarada toda em casa, para desespero da minha mãe! Ok, isto nem sempre era o melhor que podia fazer por eles mas enquanto criança quem é que me fazia entender que era melhor para os bichos manterem-se na segurança da gaiola? Quando percebi isso, deixei de ter aves, pelo menos não tinha de vê-las presas. É que para mim, um animal de estimação tem de fazer parte da família e se mais ninguém estava atrás de grades...achei que não era justo.

Hoje tenho cães - cinco em casa dos meus pais e uma que vive comigo (um dia falarei dela). A decisão de levar uma bolinha de pêlo para casa foi, necessariamente reflectida - sabia das implicações que isso ia trazer à minha vida e aceitei-as todas. Ela adaptou-se perfeitamente à vida de casa (leia-se de madame) e aos horários e rotinas dos donos (é impressionante, parece um relógio). Como elemento integrante da família tentamos que nos acompanhe para todo o lado. Mas isto exige um certo planeamento das nossas vidas, não podemos ir assim para qualquer lado se sabemos à partida que ela vai ter de ficar no carro!

E porquê esta conversa toda? Porque estamos no verão. Porque estamos em época de férias. Porque infelizmente nem toda a gente pensa neste tipo de implicações quando decide ter um cão. E porque esta é a "época dos abandonos".
Das duas uma, ou as pessoas revêem os planos de férias de modo a poderem levar os seus amigos de quatro patas, ou então arranjam soluções para os poderem deixar nesse período - familiares, amigos, hotéis para animais. Ou então, não arranjem cães! Agora não entendo como é que alguém pode simplesmente largar uma parte da "carga"a meio do caminho! Será que também faziam o mesmo aos filhos, se ele não "coubessem" nos planos de férias?

Marido: Querida! Já sei, este ano vamos fazer um safari! Contacto directo com feras e outros animais selvagens!
Mulher: Que máximo, querido! Mas... se calhar não podemos levar os pequenos, não?
Marido: Hum...pois...talvez não. Mas levamos na mesma e depois logo se vê!

(já no safari, dentro do jipe)

Marido: Então, conseguiste despistá-los?
Mulher: Ah, foi fácil! Atirei os bollycaos lá para longe e pirei-me a correr! Nem deram conta! Oooolha um elefantinho! Que queridooo!

Não parece lá muito bem pois não?

6 comentários:

Van Dog disse...

São uma verdadeira praga, os abandonos...
Pode ser que a pouco e pouco os donos não conscienciosos vão evoluindo?...

Cruxe disse...

Infelizmente as pessoas não pesam esses factores antes de pensarem ter um animal.

Outros exemplos, sem ser as férias:
"Querida, olha este lindo São Bernardo que eu trouxe para o nosso habitar connosco no nosso pequeno T2. Tão pequenino, tão fofinho. Um verdadeiro amor"

Dois meses depois:
"Querida, tira lá o São Bernardo da Sala porque eu preciso ir do Quarto para a Cozinha e não consigo passar"

E vá de despachar o cão, que não tem culpa nenhuma.

Quanto às aves, ainda bem que não constaste a história dos piriquitos e do gira-discos :P

ariba disse...

Van dog:

Ainda há pouco tempo uma pessoa que conheço e que se dedica a acolher e tratar de cães abandonados me dizia que se alguém quer um cão de raça sem ter de o comprar esta é a altura indicada para procurá-lo...triste mas verdade.

Cruxe:

Pois...os periquitos ficam para outra altura! Agora era pouco coerente falar dessas aventuras, há que explicar o contexto: crianças, gira-discos, a vontade de ser famosos...no circo...
Mas tás aperdoado;)

eskisito disse...

Mas, conheço alguns miúdos que não fazia mal nenhum...e alguns pais também...

Peste disse...

belo ponto de vista!!!

axo até q já vi um anuncio na net com isso.

é realmente uma crueldade!!

ariba disse...

Peste:
Sim acho que também vi o anúncio. Se o voltar a encontrar ponho aqui.

Beijo